Eu passei alguns dias na praia e, como estava chovendo, não tinha muito o que fazer. Era sentar debaixo de um guarda-sol e ficar observando as pessoas andarem para lá e para cá na beira do mar.
Nesse exercício de ficar sem pensar em nada e apenas observar o movimento, eu fiquei surpresa em ver que, grosseiramente falando, 9 em cada 10 pessoas que passavam estavam com um corpo desproporcional, caracterizado principalmente pelo excesso de peso.
Porém um corpo em desarmonia é apenas a evidencia mais fácil de se ver. Complexo mesmo é conseguir enxergar o desequilíbrio interno, mesmo em corpos aparentemente saudáveis.
Nisso eu me lembrei de uma frase que diz: todo excesso esconde uma falta. Nessa minha análise simplória, o corpo é apenas o reflexo do que se passa do lado de dentro, uma forma de compensar algo que internamente não está legal, que pode estar relacionado a problemas de saúde física ou emocional, ou apenas uma forma de preencher um vazio.
Sempre sentiremos falta de alguma coisa em determinado momento da vida, seja falta de companhia, de dinheiro, de saúde, de amor, de compaixão, de tempo, de ocupação.
Assim, com essa reflexão de quiosque de praia, eu chego à conclusão do que eu desejo para 2018: que consigamos encontrar nosso equilíbrio, sem ignorar nossas faltas, sem compensa-las com aquilo que não nos preenche de verdade.
Que sejamos simplesmente capazes de olhar para dentro e entendermos o que precisa de fato ser realizado para que possamos ter uma vida plena e em paz, por mais difícil que seja esse caminho.
Que assim seja!