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Feliz Novo Olhar

31 de dezembro de 2020

Desapego. Essa é a minha palavra de aprendizado neste ano. E o que lhe vem à mente logo que pensa nela? Muitas vezes o desapego está associado aos bens materiais, a abrir mão de coisas, a doar ou vender aquilo que não nos serve mais. Sim, é isso também, e essa é a parte mais fácil deste processo.

No entanto, o que me chama a atenção é que, como definido no dicionário, desapego seria a falta de apego, a falta de amor. Mas será que apego e amor estão relacionados?

O ano de 2020 nos fez enxergar que o desapego pode e deve ir além. Devemos nos desapegar de estilos de vida, de pessoas, de sentimentos, de certezas, de pensamentos, da sensação de estarmos no controle das nossas vidas, de nosso comodismo.

Desapegar é deixar partir e também permitir a chegada daquilo que for necessário para a nossa evolução. É não se sentir preso a algo ou alguma coisa, é deixar a energia fluir. É compreender que tudo e todos que fazem parte da nossa vida estão aqui para nos ensinar alguma coisa, e que o que determina o aprendizado é a forma como reagimos a estes acontecimentos.

O desapego tem a ver com a serenidade, aquela mesma que muitos de nós aprendemos a praticar através desta oração: aceitar as coisas que não podemos mudar, coragem para mudar as que podemos e sabedoria para discernirmos uma da outra.

O ano de 2020 nos mostrou que a vida é muita mais simples do que esse universo caótico de expectativas e projeções que insistimos em criar. Que todos os dias temos motivos para sorrir e para chorar, e que justamente nesta dualidade é que mora o desafio de encontrarmos o equilíbrio e seguirmos adiante.

Por isso, no meu entendimento, apego e amor não tem relação alguma. Quando compreendemos que não precisamos possuir nada nem ninguém para sermos verdadeiramente felizes e realizarmos as nossas missões, estaremos mais próximos do amor, e mais distantes do apego.

Que neste novo ano a gente mude o foco, que a gente invista mais a nossa energia naquilo que está em nossas mãos hoje, ao invés de ficarmos tentando adivinhar o final do nosso filme.

Que a gente possa enxergar a grandeza em cada encontro, em cada despedida, e que cada experiência sirva para nos aproximarmos da nossa melhor versão. Que sejamos mais gentis conosco e com o próximo, respeitando e acolhendo as dores e alegrias de sermos quem somos.

Um excelente novo olhar para cada um de vocês. Tudo é para o bem. ✨

Quem olha para fora, sonha.

Quem olha para dentro, desperta.

(Carl Jung)

(Foto de Caio Braga. Aniversário de 90 anos da minha avó, em Março de 2020. Na foto estão meu filho, Raul e minha sobrinha, Maria.)

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