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Para manter o equilíbrio é preciso se manter em movimento

30 de dezembro de 2018

Ano passado eu fiz minha reflexão de final de ano tendo uma palavra em mente: equilíbrio. E essa palavra foi meu guia durante todo o ano que passou. Quando percebia que estava me excedendo em alguma coisa, vinha novamente o equilíbrio em minha cabeça e eu tentava acertar o pêndulo da minha vida.

Esse movimento de ajuste de pêndulo me fez lembrar uma passagem profissional que tive. Em uma das empresas em que trabalhei recebi uma promoção para um cargo de gestão. O primeiro da minha carreira. De certo modo eu já exercia o papel, mas não tinha efetivamente o cargo ainda. E me lembro como se fosse ontem o dia em que eu cheguei na empresa “vestindo” o novo cargo: eu já havia planejado tudo na minha cabeça, de como eu iria agir, o que precisava fazer naquela nova função. Tanto é que, ao final do dia, uma pessoa da minha equipe olhou para mim e disse: parece que você dormiu e acordou pronta para essa nova função.

Eu havia me preparado bem antes para aquele momento, eu desejava muito aquilo e acabei desenvolvendo meu próprio método de preparação. Eu gosto sempre de observar as pessoas, já comentei sobre isso no artigo do ano passado (Artigo: Todo excesso esconde uma falta). E enquanto eu não tinha o cargo que queria, eu passei a observar os líderes da empresa. Queria entender como eles conduziam suas equipes, como trabalhavam as metas, como se relacionavam entre si.

E ao criar este hábito de observá-los, dois gestores me chamaram a atenção, sendo que um deles eu simplesmente adorava e o outro eu realmente detestava! Eram extremo opostos. O problema é que fui endeusando um e pegando asco do outro, e isso não estava ajudando na minha preparação.

Até que certo dia, sem saber como lidar sozinha com isso e sem ter a quem recorrer, eu decidi passar por um processo de coaching, isso em uma época em que não era tão comum como atualmente. Chegando em seu escritório, o coach me recebeu e me perguntou qual era o meu objetivo, o que eu esperava realizar ao final do trabalho com ele. E eu disse: eu vim aqui apenas porque eu quero entender os líderes da minha empresa. Quero entender por que eles agem de tal forma, por que eles me parecem ser tão contraditórios. Só isso, simples assim, sqn!

Obviamente ele ficou surpreso, mas aceitou meu desafio por entender que esse era, na verdade, um exercício de auto-análise e que acabaria revertendo em boas lições para mim. Tivemos algumas sessões de trabalho e não sentia que estava progredindo como desejava, tudo ainda parecia muito nebuloso. Eis que em uma sessão ele me propôs um exercício simples que me ajudou a mudar completamente a forma de enxergar as pessoas, e principalmente as situações.

Ele me pediu para que, a partir daquele dia, eu procurasse ver um defeito naquele que eu tanto admirava e uma qualidade naquele que eu tanto criticava. Pensei: impossível! Mas ok, aceitei o desafio e lá fui eu, buscando sintonizar meu olhar para conseguir enxergar diferente. E não é que deu certo? Ao fazer isso, eu comecei a literalmente ver as pessoas com outros olhos e passei a aprender na prática a buscar o equilíbrio, o caminho do meio nas relações, a fugir dos extremismos.

“Se quiseres acordar toda a humanidade, então acorda-te a ti mesmo. Se quiseres eliminar o sofrimento do mundo, então elimina a escuridão e negativismo em ti próprio. Na verdade, a maior dádiva que podes dar ao mundo é aquela da tua própria auto-transformação”. – Lao Tzu

E por que essa historia me veio à mente neste final de ano? Porque durante este ano, por diversas vezes eu naturalmente me movi mais fortemente para um lado, seja ele pessoal, profissional, familiar. Isso acabou se desdobrando em euforia, procrastinação, insegurança, exaustão, entre outros sentimentos e sensações que me fizeram desequilibrar.

E nestes momentos eu me lembrei deste exercício de buscar enxergar pontos positivos nas dificuldades e pontos negativos no sucesso.

Isso me reforçou a lição de que não há equilíbrio sem ação, como já dizia a frase atribuída à Albert Einstein: viver é como andar de bicicleta, para manter o equilíbrio é preciso se manter em movimento. E para manter o movimento é preciso disciplina. Seja para levantar da cama, para colocar as ideias no papel, para tira-las do papel e transforma-las em ação, para corrigi-las sempre que for necessário e, principalmente, para seguir em frente.

Por isso, para este novo ano eu espero criar uma verdadeira simbiose entre equilíbrio e disciplina, pois no meu modo de ver a vida, uma depende da outra para existir de forma plena. E assim, como ao andar de bicicleta, que eu consiga ir cada vez mais longe, no meu ritmo, aproveitando bem a paisagem e construindo o meu caminho.

Que assim seja! ??

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